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Antonio Castelo Filho: história e legado na SBMAC

Conheça a história de mais um grande membro da nossa Sociedade

Calmo e retraído, o professor Antonio Castelo Filho trilhou uma trajetória que, inevitavelmente, o ligaria à Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC). Diferentemente da maioria dos paulistas, ele não saiu do interior para a capital, mas sim o contrário. Nascido na maior cidade do país, aos quatro anos de idade precisou se mudar para a pequena Iaras, no distrito de Santa Bárbara do Rio Pardo, que tinha pouco mais de 500 habitantes, em virtude das atribuições do pai, militar que passou a ser responsável por um instituto de menores abandonados da  Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor de São Paulo (Febem/SP) – hoje Fundação CASA.

Ao concluir o ensino fundamental, mais uma mudança, agora para Avaré, município em que finalizou o ensino médio. Com a aposentadoria do pai, sua família resolveu se fixar na cidade de Mirassol, próxima a São José do Rio Preto. “Comecei a estudar matemática no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, o Ibilce, e fazia engenharia na Escola de Engenharia Civil de São José do Rio Preto. Matemática de noite, engenharia de dia. Inicialmente, como o IBILCE era gratuito, meu objetivo era eliminar as disciplinas de matemática da engenharia, porque lá era pago e eu precisaria fazer, então encontrei essa solução para reduzir os custos”, rememora.

Entretanto, por volta do terceiro ano da faculdade, os rumos mudaram. Trancou a graduação de engenharia e colocou todas as suas energias na matemática, começando a dar aula durante o período da noite. O plano ainda era angariar fundos para ter condições de arcar com o desejo de se formar como engenheiro, mas não foi bem o que aconteceu. Seus professores no Instituto o convenceram a engatar o mestrado em matemática na PUC do Rio de Janeiro. E assim o fez. Sempre dedicado e com sede de aprendizado, emendou o doutorado – novamente na PUC Rio. 

Com a arte do ensino pulsando em suas veias desde o início da docência, prestou concurso para ser professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos. No mês de março de 1992, foi devidamente contratado pelo ICMC e iniciou a sua jornada. Por lá, junto aos professores Murilo Francisco Tomé e José Alberto Cuminato, criou um grupo de pesquisa em mecânica dos fluidos. A partir dele, desenvolveram um software intitulado Free Flow, responsável pela produção de mais de 50 artigos.

Paixão pela matemática aplicada e o contato com a SBMAC

A aplicação da matemática sempre foi sua paixão. “Desde o doutorado, quando eu via demonstrações por absurdo, eu achava que não tinha nada a ver. Eu queria ver demonstrações progressivas, construtivas, que pudessem gerar algoritmos. Sempre foi esse o meu objetivo, e foi por essa linha que eu me apaixonei, a da matemática aplicada. É através dela que você pode construir coisas que podem ser utilizadas no computador”, explica ele.

Com tamanho envolvimento com as aplicações, era inevitável que sua história não se integrasse com a da Sociedade. Ainda na graduação, ele já começou a ter seus primeiros contatos com a SBMAC, afinal, o IBILCE sempre levava os seus alunos para os CNMACs. Durante a pós-graduação, tanto no mestrado quanto no doutorado, Castelo era presença marcada no Congresso – seja como participante, palestrante ou até mesmo responsável por minicursos. 

Na toada dos CNMACs e da proximidade com professores que integravam a Sociedade, foi convidado para ser tesoureiro da SBMAC em 2010. “Eu cuidava de toda parte financeira da SBMAC. Os CNMACs e os ERMACs eram os eventos que tinham mais custo, a gente precisava equacionar. Fazíamos pedidos para a Fapesp, CNPq, Capes, e eu era o encarregado de fazer os pedidos nessa época. Eu precisava captar recursos e o máximo possível de sócios para suprir as necessidades e fazer com que o Congresso fosse sustentável”, relembra.

Foi neste período que Antonio auxiliou diretamente na viabilização da fixação da sede da SBMAC em São Carlos, organizando a reforma e a compra de móveis para que a secretaria da Sociedade pudesse operar. Castelo também foi conselheiro durante alguns anos e editor-chefe da revista TEMA. 

Entre participações diretas e indiretas, o professor Antonio Castelo Filho esteve presente em momentos cruciais para a evolução da SBMAC. Ele contribuiu para que ela crescesse, se modernizasse e expandisse suas atividades para além das fronteiras brasileiras. O papel e a dedicação dele junto à Sociedade para a estabilização e crescimento da matemática é motivo de orgulho não só para ele, como também para toda a comunidade que se beneficiou por feitos tão importantes, notáveis e inesquecíveis.

Confira o décimo episódio da série Memória SBMAC:

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