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Comitês Temáticos: SBMAC dá voz a grupos com interesses específicos na área científica

Em 2024, a Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC) completa 46 anos e uma de suas principais bandeiras é se manter atualizada às novas tendências da comunidade científica no país. Nesse contexto, principalmente com o avanço das tecnologias que se utilizam das mais variadas aplicações da matemática e da computação, a área se torna cada vez mais ampla.

Além disso, implementar programas e projetos voltados a construir um ambiente inclusivo para todos é fundamental. Pensando em tudo isso, a SBMAC conta hoje com 11 Comitês Temáticos, voltados a assuntos específicos em estudos de Matemática Aplicada e Computacional e também à criação de iniciativas que buscam lutar por mais espaço para as minorias no cenário acadêmico.

Na SBMAC, a organização dos grupos representativos objetiva dar a seus associados a chance de se estruturarem na forma de seminários, simpósios, minissimpósios em eventos, projetos de pesquisa, entre outras atividades.

COMITÊS TEMÁTICOS

A necessidade de se criar grupos representativos tem origem no Congresso Nacional de Matemática Aplicada e Computacional (CNMAC) em Águas de Lindóia, em 2010. A gestão do então Presidente Geraldo Nunes Silva propôs a criação de Comitês Temáticos nas áreas de interesse dos participantes. 

A seguir, vamos destacar três dos grupos que têm importância significativa hoje dentro da SBMAC. 

BIOMATEMÁTICA

Em 2012, foi criado o Comitê da Biomatemática, que recebeu a coordenação inicial da Professora Rosana Jafelice, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Dentre os grupos da SBMAC, é um dos mais volumosos, considerando o número de membros e produção. 

Desde sua instalação formalizada como uma área de pesquisa, a Biomatemática aumentou sua importância e seu alcance. Nas últimas décadas, recebeu uma elevada adesão de pesquisadores e criação de linhas de investigação em programas de Pós-Graduação. 

Para o atual Coordenador do Comitê, André Krindges, a evolução da Biomatemática em episódios marcantes nos últimos 20 anos reforça a conquista da criação de um grupo prioritário dentro do âmbito científico na SBMAC. 

André Krindges, Professor da UFMT e Coordenador do Comitê de Biomatemática da SBMAC

Episódios como a gripe aviária em 2006, quando pesquisadores da área foram importantíssimos na simulação da dinâmica da doença objetivando a tomada de decisão, e a pandemia da Covid-19 evidenciam a importância da área do ponto de vista científico e estratégico. Uma importante conquista foi a aprovação de um pedido feito junto ao CNPq, em 2015, para que a Biomatemática fosse considerada uma subárea da Matemática Aplicada. Consequentemente foi implementada em 2022 na Plataforma Carlos Chagas”, cita Krindges, Professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). 

MULHERES NA MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL 

Outro grupo que merece destaque por seu trabalho à frente do empoderamento feminino na ciência brasileira é o Comitê das Mulheres na Matemática Aplicada e Computacional. Sua origem remonta a 2018 após um encontro de 15 pesquisadoras atuantes da SBMAC no CNMAC realizado em Campinas. 

Na ocasião, foi constatada e discutida a baixa representatividade de mulheres e a necessidade de maior incentivo ao acesso e à permanência de jovens alunas em carreiras de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Notou-se um aumento na demanda de estudos relacionados a gênero e Ciências Exatas. 

“Diante desta demanda, percebeu-se a importância da criação do Comitê para uma abertura de um espaço no CNMAC para que trabalhos de pesquisa e extensão relacionados à Representatividade Feminina em STEM pudessem ser apresentados”, explica a atual Coordenadora do Comitê, Mirela Vanina de Mello. 

Mirela Vanina de Mello é a atual Coordenadora do Comitê das Mulheres na Matemática Aplicada da SBMAC

O grupo, então, foi criado em setembro de 2018 com a coordenação inicial da Professora Dayse Haime Pastore, do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), no Rio de Janeiro. “Compreendemos que o propósito fundamental do Comitê é estabelecer uma rede de apoio não apenas para as mais de 130 membras que o compõem, mas também para toda a comunidade científica”, avalia Mirela. 

Nos últimos anos, o Comitê estabeleceu um grupo no Google, proporcionando espaço para colaborações, sugestões e informações das integrantes, resultando em trocas e apoios muito significativos. Hoje, o grupo também conta com um site exclusivo com informações detalhadas, onde há a lista de todas as mulheres participantes do Comitê, contendo dados e área de atuação de cada pesquisadora. 

Além disso, no espaço de seis anos, o grupo promoveu campanhas em eventos científicos da área de Matemática Aplicada e Computacional e organizou eventos com elevada participação do público feminino interessado em ciência. Para Mirela, o objetivo do Comitê está sendo cumprido à risca e a luta em busca de maior igualdade de gênero está longe de terminar. 

“Acreditamos que o Comitê está buscando cumprir a missão de ampliar a visibilidade do trabalho feminino em Matemática, de promover a colaboração entre os diversos grupos de liderança feminina envolvidos em pesquisas relevantes e aplicações, e de fomentar políticas afirmativas para combater o preconceito e a negação desse desafio. Estamos comprometidas em continuar esse trabalho em prol da equidade de gênero e do reconhecimento do trabalho feminino em nossa comunidade científica”, finaliza. 

MODELAGEM ESTOCÁSTICA, ESTATÍSTICA E QUANTIFICAÇÃO DE INCERTEZAS

O CNMAC de 2023, em Bonito (MS), foi o catalisador para a criação do Comitê de Modelagem Estocástica, Estatística e Quantificação de Incertezas. Na verdade, Roberta Lima, uma das Coordenadoras do grupo, lembra que as áreas abrangidas já existiam na SBMAC há muito tempo.  

“A criação do Comitê foi a oficialização e uma forma de destacar e incentivar ainda mais o desenvolvimento dessas áreas. A vontade de impulsionar as áreas já existia nos membros do grupo fundador, mas era algo muito espaçado. Por isso, durante o CNMAC do ano passado, houve um encontro que concretizou na prática tudo isso em janeiro de 2024”, narra a Professora da Pontifícia Universidade Católica, do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Roberta Lima é uma das Coordenadoras do Comitê de Modelagem Estocástica, Estatística e Quantificação de Incertezas da SBMAC

Apesar de ser relativamente novo, o Comitê já contribui atualmente no fomento de discussões sobre pesquisas e ensino nas áreas de Probabilidade e Estatística dentro da SBMAC. Além disso, o grupo também vem promovendo intercâmbios científico e tecnológico entre os membros de tais áreas no Brasil e exterior.  

“Uma das missões do nosso Comitê é produzir um material didático e propor minicursos, workshops, minissimpósios e palestras. Pretende-se formar e desenvolver alunos e pesquisadores nessas áreas. Também deseja-se aumentar o número de aplicações matemáticas e afins (Engenharias, Física, Biologia, Finanças, Economia, etc), e incentivar a cooperação internacional”, completa Roberta, que divide a coordenação com o Professor Rubens Sampaio, também da PUC-Rio.

A SBMAC também contabiliza mais oito comitês temáticos na área. São eles: 

Como sugestão, a Direção da SBMAC indica que cada comitê organize, ao menos, um evento científico a cada dois anos, que pode ser um evento próprio ou uma atividade dentro de CNMACs e/ou os Encontros Regionais de Matemática Aplicada e Computacional (ERMACs).

Para a constituição de um Comitê Temático, a proposta deve ser submetida ao Conselho da SBMAC, pelo e-mail sbmac@sbmac.org.br. Os interessados devem reunir, pelo menos, seis associados da Sociedade e indicar dois membros para coordenar o comitê. 

O roteiro da proposta e a regulamentação para os Comitês podem ser visualizados no site oficial da SBMAC

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